Este Natal está a ser diferente para mim. Não participei na azáfama das compras de Natal.
Em Nice as lojas fecham antes de eu sair do trabalho. Mesmo as lojas grandes ou os centros comerciais fecham às 20h. Houve um Sábado que fui a Nice, no romantismo das compras em França, o mercado de Natal e a roda gigante da Place Massena, as lojinhas na zona antiga da cidade… O romantismo transformou-se em pesadelo com as filas intermináveis, a multidão de pessoas nas ruas e nas lojas. E não imaginam a variedade de espécies caninas do segmento micro. É frequente saírem cabeças de caniche das malas das senhoras. Para muitos é uma atracção fofinha. Para mim foi, por várias vezes, um valente susto. Motivada pela memoria de um mercado de Natal em Londres, em que estive há alguns anos, lá consegui suportar a multidão de pessoas que se atropelavam entre as diferentes casinhas de madeira, com as crianças em mochilas, os cãezinhos a espreitar nas malas ou no colo. E não são raras as vezes em que os donos colocam os seus cãezinhos em contacto, quando se cruzam na multidão. E ficamos ali…, à espera que os ditos se cheirem e que os donos esbocem uns sorrisinhos e uns ruídinhos a condizer com “ai que fofinho”. Vinho quente, crepes, gaufes e outras tantas guloseimas são as atracções de tais corredores. E senti saudades dos copinhos de chá em Covent Garden, de modo que ao fim de percorrer 10 metros do mercado de Natal de Nice, dei meia volta e fugi dali o mais depressa que pude.
A relação dos franceses com os cães miniatura é de facto algo que me chama a atenção. No supermercado os produtos para os animais estão no mesmo corredor do que os produtos para os bebés. Isto deve querer dizer alguma coisa! A maior parte dos casais tem também um casal de (micro) caniches. Saem os dois para passear. Ele com o dele. Ela com o dela. Com lacinhos e coleiras brilhantes. Há de tudo!
Trouxe na mala o melhor dos presentes: a saudade e alegria de estar em família. A árvore de Natal, o cheiro da lareira e o nevoeiro no horizonte tornam a época mais real. E de pijama vestido já vi dois filmes de animação com a minha filha, que agora faz um desenho para depois pintarmos em tela. Este será um dos presentes que irá oferecer. Porque desde pequena que a estimulámos a criar os seus próprios presentes. Para ela também tenho um presente. Um mapa do mundo. Para que marque os países que já conheceu e para que ao longo da sua vida o vá completando. Porque ela tem, como eu, este fascínio pelas viagens. E a verdade é que à medida que vamos conhecendo outras formas de olhar a vida, percebemos que os afectos são o que de mais genuíno e bonito podemos oferecer. Mesmo que seja um pacote de chá que tenha o nome – para que te lembres que gosto de ti!
Bom Natal e um óptimo 2013.
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Obrigada Carlos. O mesmo para si e para a sua família. Beijinho.
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O Natal é mesmo isso,,, estar com as pessoas que mais gostamos, por vezes esquecemos isso. Ás vezes é preciso afastar das pessoas que se ama para dar valor ao que se tem.
Feliz Natal para vocês,
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