As minhas ferias estão a terminar. 10 dias em Portugal… Foi a primeira vez , desde que emigrei, que à chegada não senti a ansiedade da partida. Não foi, no entanto, tempo suficiente para me fazer arrumar a roupa no roupeiro e colocar a mala de viagem nos arrumos.
As pessoas estranharam-me. Acharam-me triste ou pensativa. Acharam-me diferente. Por vezes distante. Não sei bem do que falam e por isso é-me difícil encontrar uma justificação. Neste momento tenho (alguma) estabilidade profissional e financeira… Mas perdi a estabilidade emocional. Se estou em França sinto falta das pessoas de que mais gosto. Se estou em Portugal sinto que a minha vida não é aqui… Não há, para mim, perspectivas de trabalho ou de futuro, pelo menos num futuro mais próximo.
Há quem pense que estar sozinha é fantástico. Ter um emprego, ter um vencimento razoável, ter toda a disponibilidade para festas, conhecer pessoas, passear… Mas, pelo menos para mim, não é… É um lugar comum dizer que há uma idade para tudo. Não sei se é uma questão de idade. Mas é, concerteza, uma questão de experiência de vida. Eu sabia que iria ser assim. Só poderia ser assim…
Espero que em 2013 comece a redesenhar a estabilidade emocional que todas as mudanças de 2012 me tiraram. Os desequilibrios são necessários. Porque é a partir do desequilibrio que nos tornamos pessoas diferentes. Pessoas melhores… Espero!
Não podemos ter o melhor dos dois mundos… nunca podemos quando moramos em lugar diferente de onde está o nosso coração. Sou portuguesa mas cresci no Brasil, voltei para Portugal na adolescência e desde então sempre penso de como estaria muito melhor lá… quando fui lá achei que realmente estaria melhor aqui!!! Agora esta crise está a colocar as pessoas sem esperança e em profunda tristeza de ter de sair do seu país, em procura de melhores condições de trabalho, para poderem ter possibilidade de uma vida mais estabilizada financeiramente.
Boa sorte!
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