Quando o empregado nos traz coca-cola zero…

Alvalade. Cervejaria de Alvalade. Há coisas que não mudam. Felizmente. Costumo dizer que mais importante que o local, é a companhia que me faz gostar dos momentos. Neste caso, tive o local e a companhia. confundimo-nos nas preferencias de bebidas. Quando somos 3, a coca-cola fica para ele. (Agora que penso nisso, foi a primeira vez em que ambas pedimos coca-cola). O empregado trouxe-nos as bebidas: “coca-cola zero, certo?”
Esbocei um sorriso (eu que não gosto nada de coca-cola zero). “Não estou a perceber o que é que está a querer dizer com isso?”.
O empregado, atrapalhado, pediu desculpa. Nós duas não contivemos o riso (e a simpatia). Ao longo do almoço foram vários os momentos em que o empregado foi à nossa mesa. Perguntou se a comida estava boa, se precisávamos de algo. Num dos momentos disse-me “sabe que por vezes existem admiradores secretos. Que não têm coragem de dizer o que pensam”. Eu fiquei-me pelo “pois…” E pela gargalhada partilhada. Não percebi bem o que estava a dizer. Pedimos a carta de sobremesas. Eu (que de fresca tenho pouco) perguntei se tínhamos autorização para pedir sobremesa. Ele riu-se.
Pedimos sobremesas.
Quando pousou o prato à minha frente disse: “senhora mantenha-se como está que é muito bonita assim”! Ahahaha claro que a minha amiga se começou a rir. Eu limitei-me a agradecer o piropo: “obrigada. Simpatia sua!”.

Lisboa. Sair de ti significa também poder sentir este “voltar a ti. Voltar aqui.”

3 responses to “Quando o empregado nos traz coca-cola zero…

  1. Gostei do texto. Pelo menos não foi ordinário 🙂 Mas adorei o começo, pois penso da mesma forma. Costumo dizer, o pôr-do-sol, é bonito sem dúvida, mas o que o torna memorável é com quem o partilhamos, ou por algum motivo muito especial. Ele só por si, é mais um igual ao de todos os dias.
    Beijinho.

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    • Sim Ricardo. As pessoas que nunca viajaram acalentam o sonho de irem aqui ou ali. Eu estou na fase em que não me apetece ir aqui ou ali se nao tiver a companhia certa para ir :D! Tal como dizes “Ele só por si, é mais um igual ao de todos os dias.” Beijinhos

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  2. Este episódio lembrou-me Balzac.

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