Daily Archives: Maio 4, 2014

Tenho 35 anos. Sou mãe há 9. Na minha vida já vivi algumas vidas…

20140504-104420.jpg

“É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota.”

Theodore Roosevelt

Li esta frase no feed do facebook, enquanto aguardava o embarque, numa cadeira de aeroporto. Nesse banco revivi 9 anos de dia da mãe. Encontrei-me nesse lugar comum de todas as mães. Aquele em que realizamos que a vida faz muito mais sentido quando se tem filhos.

Tenho conhecido pessoas – homens e mulheres – que agem como treinadores de bancada, criticando a vida dos outros. E como que por coincidência, acabam por fazer da sua vida um exercício adiado. Não vale a pena casar – depois acaba em divórcio. O melhor é não ter filhos – assim evita-se que sofram com a separação dos pais, a sua falta de tempo e de dinheiro. Não posso mudar de emprego – mesmo que não goste do que faço – pelo menos este é certo!

Tenho 35 anos. Sou mãe há 9. Na minha vida já vivi algumas vidas. E sinto-me bem na minha pele. Mesmo nos dias em que não entro na nuvem Coco Chanel. Há um momento em que as derrotas se aceitam como ocorrências normais do percurso – “faz parte!” Não olho para o passado com saudosismo. Gosto de acreditar que tenho mais dias no futuro do que aqueles que tenho no passado – a morte é uma ideia ainda distante para mim! A maior verdade, que as outras minhas vidas me ensinaram, foi a de que a existência é uma equação de variáveis inconstantes – pouco se controla! Importa, por isso, fazer um constante exercício de adaptação. Não vale a pena viver pensando que depois é que vai ser diferente. Porque o depois nunca mais chega – haverá sempre um depois! Senti paz quando percebi isto. Porque dividi as grandes vitórias nas  componentes que as compõem. Nas coisas simples.

Hoje é dia da mãe. É dia de estar com a minha mãe. De lhe agradecer o que em silêncio lhe agradeço todos os dias. É (também) dia de receber estes presentes deliciosos – “mamã fui eu que escolhi as cores e que fiz tudo sozinha”.

20140504-104410.jpg

Ontem, antes de adormecermos, perguntou-me: “mamã ser adolescente é muito diferente de ser criança?” (começam as perguntas difíceis 🙂 – here we go…)