Há quem acredite no amor à primeira vista, qual filme romântico de domingo à tarde. E depois existem os cépticos. Aqueles que dizem que só são capazes de amar alguém depois de anos de convivência. De lhe conhecerem os hábitos. A família. Os amigos. O canário. Ah… e o cão. Entre um e outro tipo, a diversidade é grande. Há quem procure. Há quem espere. Há quem disso não queira saber. No amor não existem regras. Ou não deveriam haver. ..
– Já alguma vez pensaram em procurar a vossa cara metade atrás das grades?
Pode parecer estranha a pergunta… Não parece. É!
Há uns dias, vi um documentário com o testemunho de várias mulheres, que se apaixonaram por homens a cumprir pena de prisão. Eles colocam anuncios no jornal ou em sites de encontros. Elas respondem com cartas. Seguem-se as visitas. Mais cartas. Os telefonemas. Começam a trazer a roupa suja e a levar lavada – que perfumam para que eles se lembrem delas. Mandam bolinhos. E os cigarros. E os trocos para as despesas. O casamento. As visitas de 2h. Íntimas. Os filhos. Questionadas sobre as motivações. O que é que as faz procurar o amor atrás das grades. Elas respondem. “Sinto-me amada, única, especial. Sou o que de melhor ele tem na vida. Sou a sua razão de viver. Sei sempre onde está!”
Ouvir aqueles testemunhos fez-me confusão. Que forma de amor é esta? E ainda mais surreal foi o conteúdo de uma das cartas. Enviada por ele. “Pedido de Divórcio”. Há algum tempo que mantinha correspondência com outra mulher. Que o visitara. Estão apaixonados e por isso quer o divórcio. Ela está devastada. Foi trocada por outra. Dedicou-se 6 anos a um homem preso. Com 2 filhos de um homem com quem nunca viveu.
Uma coisa vos digo: há vidas estranhas diferentes! Porque no amor não existem regras. Ou não deveriam haver…