
A professora da minha filha pede aos alunos para escreverem um texto livre, por semana. No entanto, apenas alguns alunos têm a possibilidade de ler o seu texto – aqueles que são seleccionados pela professora. Hoje disse-me triste: “mamã ainda não foi hoje que pude ler a minha composição.” A professora nunca chega a ler os textos dos alunos que não são seleccionados. E ontem, quando me leu o seu texto cheia de alegria e orgulho, estava desejosa de hoje ser uma das escolhidas. É pena que não tenha o feedback do que escreve. Apesar de ser muito mais giro ouvi-la dar voz aos personagens, partilho aqui no blog, para a motivar a escrever.
Um dia chuvoso, em Londres, perto do Natal, num prédio muito alto. Nesse prédio, existe um andar muito importante: o 9º andar. Vive lá um milionário muito famoso que tem um cão alto, com muito pêlo, olhos azuis e uma grande cauda. O cão é muito fiel, mas tinha um problema. Tinha medo de ratos.
Numa manhã o cão acordou e ficou a olhar a sua vista maravilhosa, mas estava aborrecido pois o dono tinha muito trabalho e não podia brincar com ele. Passado umas horas, quando o dono saiu para ir trabalhar, entrou um rato. Foi procurar queijo na cozinha. Quando o cão foi tomar o seu pequeno-almoço – ele gosta de leitinho quente -, viu uma “coisa” com pêlo fino e olhos verdes, em cima do balcão.
O cão espantado e cheio de medo disse:
– Ah!!! Tu és um rato!
O rato respondeu:
– Sim, sou. E vim aqui à procura de queijo. Podes dizer-me onde é que está?
– O rato acabou… de falar comigo!? É melhor fugir! Exclamou o cão.
O cão fugiu do rato e o rato atrás do cão. Com esta confusão o rato gritou:
– Pára com isso! Por que é que foges de mim?
– Porque tenho medo de ratos! E tu podes morder-me! Respondeu o cão.
– Mas eu não te mordo. Até podemos ser amigos. Afirmou o rato.
– A sério? Podemos ser amigos? Perguntou o cão.
– Claro. Respondeu o rato.
O rato e o cão tornaram-se amigos. O rato passou a viver naquele prédio, mas um dia ele foi ao quarto da dona do cão – que tinha muitas jóias sobre uma mesa. O rato não resistiu e roubou algumas. Quando o cão se apercebeu do que ele tinha feito começou uma discussão:
– Porque é que fizeste aquilo?
– Olha, já estamos a discutir há imenso tempo e eu já te disse que não queria fazê-lo, mas eu tenho um fraquinho por brilhantes.
O cão desculpou-o. Voltaram a colocar as jóias no seu lugar e por mais estranho que pareça o rato e o cão tornaram-se os melhores amigos. E o cão nunca mais se sentiu aborrecido. Tinha sempre com quem brincar, mesmo que longe de brilhantes.
Um texto de Beatriz Luís, 9 anos.
(A imagem foi escolhida pela Beatriz retirado daqui).
Gostar disto:
Gosto Carregando...