O amor está na moda. Veste-se de vermelho e sabe a chocolate – diria eu! Ou o amor ou o sexo. Ou as duas coisas. A Avaliar pelo incompreendido sucesso das cinquentas sombras de Grey – Vocês não acharam o livro chato? Eu só li 50 páginas, depois desisti! Foi-me oferecido com uma palavrinha de motivação: “parece que este livro mudou a vida sexual de muitas mulheres!” Ahmm… fiquemo-nos por aqui!
A declaração mais gira que vi no meu mural do facebook, foi de uma amiga de faculdade. JB. Publicou:
“- Estou perdida de amores. Vim às compras e gosto de tudo!”
Não pude deixar de me rir à gargalhada.
Mas como sou uma romântica. À minha maneira vá! Não podia deixar de partilhar convosco uma bela “cena de amor”. Decorria o Março de 2011. Estava sentada nas escadas que dão acesso à ribeira do Porto. Numa tarde solarenga de domingo. Estava sozinha. A descansar de um passeio fotográfico pela cidade. Reparei num casal. Daqueles casais que já estão juntos há mais tempo do que o tempo tem. Ele tinha um jornal. Ela disse-lhe qualquer coisa que não compreendi. Ele parou. Tirou uma folha de um jornal. Dobrou. E dobrou. E fez o que me pareceu ser um barco. Não. Não era um barco. Era na verdade um chapéu. Para a proteger do sol forte. Não resisti a tirar uma foto. Esta.
Hoje estive com um amigo de há muitos anos e que vejo muito raramente. Foi a primeira vez que olhámos um para o outro e nos percebemos diferentes. Foi uma sensação recíproca. É giro. Estamos mais velhos. Mas não é necessariamente no aspecto físico. Até porque aos homens a idade favorece. E a mim França tem feito bem. “Não sei bem para onde vou. Mas sei que estou a caminho.” Palavras dele. Que gostei nele.
Eu também não sei para onde vou – deve ser um problema geracional! E como sou uma insatisfeita uma curiosa é bem possível que nunca deixe de caminhar. A dois torna-se impossível difícil. A parte má é que não tenho chapéus em folhas de jornal . Mais c´est la vie…
O sexo é uma consequência do amor. Sem amor é como uma bexiga cheia e a rebentar, que finalmente se esvazia.
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Paula,
Não li nada sobre as tais sombras de Grey. Sim, ler faz sempre bem…
Tenho outros interesses de leitura. Tenho pouco tempo para a literatura, mas quando posso leio os escritores portugueses, os antigos e os de hoje.
A descrição feita a partir das escadas de acesso à “nossa” Ribeira do “nosso” Porto, é Amor e talvez sem sombras “estranhas” , mas feita de folha de jornal. Bem observado, boa metáfora.
Sexo?! Sim, mas com Amor, aquele do compromisso, tem de haver sempre uma réstia de compromisso.
Mudei a minha ideia de Amor a partir de Francesco Alberoni: Enamoramento.
Fique bem e de saúde.
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Rui,
Achei curiosa a expressão “réstia de compromisso”…
O enamoramento de Francesco Alberoni é esse estado de comprometimento no empenho de amar o outro. Diria um estado de paixão mais duradoura do que aquela que biologicamente a sustenta. A oxitocina parece ser a molecula da paixão e da fidelidade – libertada por cada vez que os dois amantes “font l’amour”. O compromisso é, por ventura, o mais dificil de alcançar. Por medo. Por egoismo. Porque os tempos são outros… Porque o intimo se tornou vulgar ou, pior, banal.
Um bem haja Rui. Até breve!
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Ok, vou tirar o curso de chapeleiro !
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