2500 palavras sobre mim. Ahm? 2500 caracteres? Não! São mesmo 2500 palavras… Demorei uma semana a escrever o texto. Não me é facil escrever sobre mim. Sobre quem sou. Sobre o que fiz. Pior. Pedir ajuda para correcções de estilo/conteúdo/gramática. Ao mesmo tempo foi um desafio. Uma retrospectiva de decisões… de balanços. Os meus últimos quinze anos… em 2500 palavras.
“- Fiz algumas correcções de gramática. Mas o texto és tu. És mesmo tu!” Confesso que ao ouvir este comentário fiquei mais serena. Era essa a ideia. Transmitir quem sou através do que fiz.
Ao escrever este texto tive percepção do quanto a minha vida não tem sido linear. Não porque tenha acontecido assim. Mas sobretudo, porque a escolhi assim.
Há uns dias li um texto sobre a felicidade. Referia que a felicidade (F) é um resultado matemático entre a realidade (R) e as expectativas (E), ou seja F=R-E. Não será difícil para muitos de vós compreender que o sentimento de fracasso (ou de infelicidade) não está tanto do lado da realidade de cada um, mas sobretudo das expectativas que temos.
Ao escrever as ditas 2500 palavras constatei que aprendi (e sobretudo) me diverti em todas as coisas que fiz. Do menos diferenciado – como ser portageira nas cabines do auto-estrada, ao mais diferenciado, como ser investigadora de neurociências. Sempre tive orgulho nas minhas origens humildes e nunca perdi muito tempo à procura de soluções fáceis. Mais do que expectativas tenho curiosidade (C) por quase tudo. A minha fórmula deve, aliás, ser diferente.
Qualquer coisa como F=(RxC)-E.
Talvez porque uma parte de mim continue criança. Porque os sonhos estão longe e há tantas coisas giras aqui tão perto…
Comecei a ler um livro de Hélène Grémillon “La garçonnière” que me seduziu com esta frase:
“Ce roman est inspiré d´une histoire vraie. Les événements se déroulent en Argentine, à Buenos Aires. Nous sommes en août 1987, c´est l´hiver. Les saisons ne sont pas le mêmes partout. Les êtres humains, si.”
E era isto.