O verão está a terminar. Há um silêncio que regressa ao meu apartamento. Durante todo o verão houve um ruído de fundo. Uma mistura dos motores dos barcos, das motas de água e das crianças a brincar na praia. Agora há apenas o silêncio interceptado de quando em vez pelo comboio.
Desde que a easyjet abriu o vôo Lisboa – Nice que há muitos portugueses a visitar a região. Acredito que se deixem seduzir pelos destinos mais comuns: Cannes, Monaco, Nice e Saint-Tropez. Eu prefiro as pequenas vilas incrustadas à beira-mar ou na montanha. Assim como os recantos dos Caps e os pontos altos das colinas que transformam rocha e mar em partitura musical.
Para aqueles que pensam voltar ao sul de França deixo a sugestão de uma região a visitar no início de Julho. É preferível optar pelo vôo Lisboa – Marselha porque esta região da Provence fica mais próximo de Marselha do que de Nice. Falo-vos de Avignon, a região da lavanda.
Avignon é conhecida como cidade papal, uma vez que foi a residência dos Papas entre 1309 e 1377. Cidade de ruelas que contornam o majestoso edíficio Papal, é conhecida pela sua ponte, que não chega à outra margem do Rhône. É uma cidade óptima para fazer em bicicleta. Se visitarem escolham um hotel no interior das muralhas – tem outro charme, mesmo que seja um pouco mais caro. E já agora. Se há uma razão que me poderá fazer voltar à Avignon é um restaurante onde jantámos: “Epicerie”.
Mas o segredos do Vaucluse estão fora de Avignon. Fazer a rota das lavandas fazia parte do meu imaginário da Provence. O tempo tem mais tempo nesta região, assim como a noção de espaço e liberdade. Os vinhos e os sabores gastronómicos parecem mais genuínos do que aqueles que experimentamos junto ao mar. Não vou sugerir itenerários porque para mim a melhor parte da viagem é quando me perco.
Não longe de Avignon têm Cassis e as suas Calanques. Honestamente acho preferível visitar Cassis e as Calanques em Maio ou Setembro (por ter menos turistas) mas nessa altura a lavanda não está em flor no Vaucluse.
Bons passeios para todos vós…