Moças que estandes desse lado. Ora hoje. Depois duma noite curtinha, abreviada, pouco dormida. Acordei… assim como direi… com os olhos cheios de sono! Logo hoje. Que tinha um foto-jornalista no lab para me fazer uma fotografia. Por causa de uma reportagem sobre o que tenho andado a fazer. Eu que (muito) raramente uso make up, lá me forcei a abrir a bolsa das bases, blushes, sombras e essas coisas que quase todas as mulheres sabem o nome. menos eu. Tenho de me habituar a isto! é o que dizem as minhas amigas que já passaram a barreira dos 40.
Naturalmente que toda a gente reparou. Mais elas do que eles! Óbvio! Eles ficaram-se pelo: “Paula, what have you done? You look different!”
Pois bem! O senhor telefonou-me. Com uma voz grave mas serena. Agendámos a hora. Fiz as cerimónias da casa, que é como quem diz do Lab. Conduzi-o ao meu local de trabalho. Ele estava excitadíssimo com o ambiente de cabos e equipamentos de electrofisiologia – “Isto tem mesmo ar científico, estas máquinas todas!”. Pediu-me para vestir uma bata de laboratório. E tirou uma série de retratos. No final perguntei-lhe se poderia ver. Ele mostrou. E diz. Na sua voz rouca e pausada (em francês tem muito mais charme): “une belle femme, même scientifique, reste toujours une très belle femme.” E eu sorri. Não amiguinhas. Não façam filmes. O senhor, além do dobro do meu peso, mas distríbuido na horizontal, tem mais 20 anos do que eu e deve ter o mesmo cabeleireiro que o Maestro Vitorino de Almeida.
Mas vá! O make up faz maravilhas. O curso que fiz contigo L. às vezes até dá jeito! E moças… eu sou da opinião de que piropos e galanteios e simpatias, desde que ditas com respeito, só nos faz bem e não tira pedaço!