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Lisboa romântica. A nossa Lisboa.

Lisboa está diferente. Os prédios renovados. Os milhares de turistas. A proliferação de tuk tuks e ubers e hostels e airbnb´s. Os restaurantes com lista de espera e os espaços vintage com loiça Bordalo Pinheiro. Os terraços que vendem a luz e o rio e os sabores tradicionais (mesmo que provenientes de franchisings). Os miradouros que se enchem de atracções e carteiristas e vendedores de droga (ou louro e farinha).

Como em todas as mudanças há coisas boas e outras menos boas. Um dos grandes desafios da cidade será de manter a sua identidade e a identidade das suas gentes. De que vale ter a Graça ou Alfama ou a Mouraria saturada de airbnb´s e hostels, se os moradores que lhe dão alma foram obrigados a procurar outras moradas? De que vale ter restaurantes que adaptam os seus menus a sabores franceses, se esta é a oportunidade de mostrar aos que visitam Lisboa a riqueza da gastronomia portuguesa? De que vale ter uma Lisboa acessível às carteiras do norte da Europa quando os lisboetas não podem usufruir dos seus monumentos, restaurantes e esplanadas?

Lisboa continua a ser a cidade que melhor conheço. A cidade que se avista das muralhas do Castelo. As paredes de outros tempos da loja Tous do Chiado. A fuga ao Oriente pelo interior da Casa do Alentejo. O nascer do dia nas Portas do Sol. A mousse de chocolate do terraço do Hotel Bairro Alto. As margens do Tejo em bicicleta. O pôr-do-sol no Cais das Naus. A estação do Rossio que se ilumina. A calçada portuguesa que nos ilustra os passos. As fachadas de azulejos e os muros de grafittis. As sardinhas que não gosto mas que fazem os prazers gustativos de quem gosto… Foi assim o meu último fim-de-semana. Lisboa romântica. Nossa Lisboa…

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Como diz a minha querida amiga Teresa. Mais do que o destino, importa com quem o vivemos.

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Bom fim-de-semana.

“O Sol de Abril”, uma peça notável do Núcleo de Teatro da Escola Básica de Vialonga.

Ontem foi dia de “Aprendizes do Fingir”. Uma iniciativa da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira que comemora este ano a sua vigésima segunda edição. Os Núcleos de Teatro das escolas básicas e sencundárias do concelho são convidados, a apresentar o resultado do seu trabalho com os alunos, na melhor sala de espectáculos da cidade: o grande auditório do Atneu.

A minha presença nesta mostra escolar não foi fruto do acaso. A minha filha faz parte do Núcleo de Teatro da Escola Básica Pedro Jacques Magalhães há dois anos e é com muito gosto que me sento na plateia para a ver em palco. Este ano trabalharam um texto muito bonito de Graça Vaz “Um Novo Princípio” e aproveito este espaço para agradecer o trabalho dos professores Abílio Mocho e Paulo Cairrão.

Este Post tem, no entanto, um propósito maior. Apesar de ter ido ao Atneu para ver a actuação da minha filha, assisti à actuaçao das restantes escolas.E não posso deixar de escrever sobre a peça apresentada pelo Núcleo de Teatro da Escola Básica de Vialonga.

Intitulada “Sol de Abril” esta peça, da responsabilidade da professora Ângela Ferreira, juntamente com os professores Sandra Filipe e Paulo Ferreira, colocou um auditório, com capacidade para 800 pessoas, a aplaudir de pé e de forma emotiva, os 9 actores do elenco: Alfredo Cunha, Ana Carolina Monteiro, Daniel Maciel, Inês Almeida, Inês Santos, Miguel Silveira, Patrícia Salgueiro, Tomás Carvela e Sara Tavares.

O título denuncia o tema: o 25 de Abril. Mas não denuncia o conteúdo. A peça constitui, na minha opinião, um documento histórico notável, sobre um Portugal recente. O compasso é dado pelas músicas da época, explorando a sua letra como veículo de mensagem. A encenação e cenografia transportam-nos numa sequência de actos que nos humedem os olhos, eriçam os pêlos e nos fazem cantar músicas que fazem parte de nós, do que somos enquanto portugueses… Os cravos nem são a figura central. Porque as alusões ao 25 de Abril repetem-se todos os anos. Nesta peça pretendeu-se dar a conhecer a realidade de Portugal no tempo da ditadura. A censura. As colónias. A guerra. A PIDE. Os ardinas. A emigração. As mulheres. Os homens. A Pobreza. Um trabalho notável de pesquisa e encenação. E mesmo que tenham passados muitos anos existiu, na plateia, um sentimento de revivalismo perante a actualidade do país.

Senti-me uma privilegiada por ter assistido à peça, que considero de um nível profissional. E achei que deveria escrever aqui no blog. Primeiro porque gostaria de reconhecer o mérito destes professores e alunos actores. Bem como o investimento da Direcção da escola – que acredito ter no Núcleo de Teatro uma prioridade para estimular o gosto pelo Teatro, utilizando-o de forma pedagógica, formativa e interventiva no seio da sua comunidade educativa.

Considero que é uma pena que esta peça não tenha maior visibilidade junto da comunidade. As comemorações do dia de Portugal estão para breve… Acho que esta peça deveria ter lugar nas comemorações do Concelho. Porque esta peça nos fala de cada um de nós… mesmo que nos esqueçamos frequentemente do Portugal dos nossos pais e avós!

Deixo-vos os últimos 2 min de peça – a afirmação da liberdade com Grândola vila morena.

E aplaudo de pé. Ainda!

Dia da mãe

O poder das imagens quando as letras já foram escritas…


❤️❤️❤️❤️

Nós. Londres… in black&white

Londres. 

Eu e a Beatriz.

Nós.

Sem mapa. Sem planos. Sem roaming de dados. 

   
    
    
    
   
Just us…

Em modo férias… na véspera de mais uma viagem com Beatriz.

Estou em Lisboa. Na véspera de viajar com a Beatriz para uma nova capital da Europa. “Adoro viajar contigo. Mostrar-te os mundos que o mundo tem. Os museus, os teatros, as telas que pintamos, os desafios… são o ensaio de mim a tentar inspirar-te a ti.” lembram-se?

Acho que acabei por não partilhar convosco o resultado dessa carta de amor na forma de livro, faço-o hoje!

    
  
  
203 páginas que resumem 10 anos e 9 meses de vida da minha filha. E a minha também. Porque com ela nasci mamã. E não me lembro de mim antes dela.

Um bom dia.