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Dia da mãe

O poder das imagens quando as letras já foram escritas…


❤️❤️❤️❤️

O melhor do meu dia #1

Olhar para a minha filha, ao lado de uma das minhas melhores amigas e pensar: sou mãe de uma menina quase adolescente. E sentir orgulho nela. E sentir-me jovem. E sentir-me mulher. E sentir-me bonita. Mais bonita por ser mãe!

“Não significa NÃO! Há coisas que não se negoceiam porque eu sou a mãe e tu és a filha.”

Ser mãe. Ter filhos. Serão uma e outra, a mesma coisa? Não existem fórmulas (mesmo que exista quem pense ter descoberto o algoritmo). Houve um tempo em que me achei “menos capaz” para a tarefa. Se antes de ser mãe me eram indiferentes as conversas dos cocós, dos dentes e das cólicas. Depois de ser mãe passaram a ser desprezíveis – não há paciência! Não fiz curso de preparação para o parto – não me parece que tenha sido necessário – esta terá sido, provavelmente, a decisão que mais me afastou (conceptualmente) de algumas mães. Aquelas que, mesmo antes de ficarem grávidas, já exercitavam o seu córtex maternal. Sim. Existe… Para algumas pessoas ocupa todo o cérebro, com forte proeminência no lobo frontal – aquele onde se inscreve a razão – assim a jeito de “é malcriado, dá-me pontapés e atira-se para o chão mas é só porque está com soninho”.

Com o tempo percebi que poderia ser melhor mãe se não me sentisse culpada. Culpada? Sim, é este o termo! Mesmo que antes desta palavra tenha tentado escrever outras. Mas que outro sentimento se pode ter quando se vive numa sociedade que se rege pelo principio: “Diz-me quantos cocós o teu filho fez hoje e eu dir-te-ei o quanto gostas dele”! Eu amo a minha filha. Não mais do que as outras mães amam os seus filhos. Não menos! Tenho a minha forma de amar. Isso significa que não quero saber tudo, mas quero que ela sinta que, se necessário for, me pode contar tudo – sem juízos ou punições. Não quero que ela dependa de mim. Mas quero que ela sinta que estarei ao seu lado, sempre que precisar. Não faço da minha filha o meu alter-ego. Mesmo que às vezes (na maior parte das vezes) tivesse razões para isso. Não digo que sim a tudo. Porque acredito que o Não é estruturante. Gosto de lhe estimular a criatividade. Que desenhe arco-iris coloridos, girafas com barbatanas e morcegos de bikini. De a levar ao teatro, aos museus, aos concertos,…  Quero que conheça um mundo maior do que a sua rua. Que se desafie. Que não tenha medo. E mesmo que os tenha (os medos), que aprenda a viver com eles – também tenho os meus – faz parte de ser pessoa.

Por ironia do destino, a mãe de uma amiga da minha filha (daquelas mães que leu todos os livros e blogs sobre crianças – deve-lhe ter escapado o “pequeno ditador”) perguntou-me se eu teria tempo para tomar um café. Estranhei. Mas a verdade é que em Lisboa o meu tempo (enquanto a Beatriz está na escola) tem quase todo o tempo. Aceitei o convite. Sem demoras ou introduções, perguntou-me: “Como é que fez com a Beatriz para ela ser tão autónoma? A minha filha é muito dependente de mim. Não dorme fora de casa. Se tem algum problema com as amigas, não quer ir para a escola. Vomita. Tem dores de cabeça. Não liga aos brinquedos. Só quer comprar, comprar, comprar….” Esta pergunta fez-me pensar… De que resposta estaria aquela mãe à espera? Limitei-me a dizer que não tinha fórmulas e que na verdade tinha a sorte de ter a Beatriz – talvez tenha nascido com ela! Se contribuí para isso? É possível que sim… Mas não estive sozinha… Fui muito exigente nos 3 primeiros anos de vida. Dura mesmo. E mesmo que alguns me tivessem dito -“oh, ela é tão pequenina. Não a castigues!” – Para mim a educação teve por base “Não significa não!” e “Há coisas que não se negoceiam porque eu sou a mãe e tu és a filha.” Isto não é diferente do que sou (ou fui) enquanto professora.

Hoje sinto-me mais serena. Superei (novamente) a culpa. Não foi fácil decidir mudar de país e no início quando ouvia outras mães dizer: “eu não conseguia viver longe dos meus filhos” sentia como uma crítica, como se me dissessem que eu, por viver longe, gosto menos da minha filha. Passado mais de um ano, muitas viagens e muitos momentos de grande cumplicidade, a Beatriz continua a sorrir com o mais genuíno dos sorrisos. Daqueles que se tem na certeza de se ser amado e protegido. IMG_8541Somos o que somos. E mesmo não sabendo precisar a data da primeira sopa, do primeiro dente e da primeira palavra (eu sei, não é normal – mas vá – é a mãe que sou) – este sorriso é apenas o que me importa!

(Até breve!)

Feliz dia da mãe, minha mãe!

Mãe. Já tudo foi dito ou escrito. É bem verdade. Mas agora que escrevo sinto-o como único. Porque é para ti, minha mãe, que escrevo.

Às vezes tenho medo. Tenho medo daquele cigarro que o pai te diz há, pelo menos, os anos que me conheço “Quando é que deixas isso?”. Diz sempre. Todos os dias! Já reparaste que passaram quase 35 anos? E nessas tantas vezes fumaste o teu cigarro, que é mais do que um vício. Significa também a afirmação de que há coisas que os outros não podem mudar em nós. Tenho medo que esse cigarro de todos os dias te tire saúde. Habituei-me a ter-vos jovens e saudáveis. A ti e ao pai!

Este é o primeiro ano em que a tua mãe não está connosco. A minha avó. E acredito que mesmo que o adeus aconteça no processo natural de vida, a perda da mãe é sempre um sentimento de orfandade… fica a saudade. E no teu caso sei que é uma saudade sem palavras, no âmago da tua memória.

Hoje estamos as 3. Curiosamente estamos nos três pisos da casa. A minha irmã está a dormir o sono da princesa. A Beatriz anda a brincar no jardim. E eu estou na minha casa, aquela que vocês me permitiram ter, na vossa casa. Roubámos-te 3 rosas do teu jardim. Tiramos-lhes os espinhos. Será a nossa surpresa para ti! Já há algum tempo que deixámos de comprar presentes para oferecer no dia da mãe. Talvez desde que comecei a acordar com os presentes feitos pela Beatriz. Porque são esses os presentes mais bonitos. Aqueles que enchemos de amor e querer bem.

Hoje recebi o presente da Beatriz com um cartão: “Para a melhor mãe do mundo”. Para os demais esta é uma frase comum. Para mim não é. Para a Beatriz sei que também não. Porque o mundo dela somos nós. E o meu mundo não existe sem ela. Se hoje escrevesse um cartão diria “Para ti mãe, por me teres tornado na pessoa que sou, por seres mais do que avó da minha filha e por manteres verticais os 3 pisos desta casa, que é também a concretização de um projecto de vida. 3 pisos que se confundem com 3 gerações. Uma casa que é muito menos do que o grande projecto: a nossa família.”

Feliz dia da mãe, minha mãe!

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