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Os meus pais por terras do Sul de França…

A minha casa é por estes dias uma casa de família. A minha filha e os meus pais estão por terras napoleónicas!

O primeiro grande desgosto do meu pai foi o facto de ainda não ter encontrado um único português. Ainda por cima eu fartei-me de dizer que há imensos portugueses por aqui. Até a mim me fez alguma confusão! Onde é que se terão metido todos?… Até que me lembrei de um pequeno pormenor! é Agosto! Pois… Os portugueses estão todos em Portugal! Não é mito meus caros! é mesmo verdade!

Os meus pais estão uns verdadeiros franceses. A minha mãe já vai às compras de saco com rodas, bebe o seu café expresso (e curto) na esplanada, descobriu onde se compra peixe (coisa que eu a viver aqui há um ano ainda não tinha descoberto) e compra a baguete (ela diz que gosta – deve ser só porque é exótico) na boulangerie, onde por sinal já é amiga da pasteleira. Diz que por aqui não existem as frescuras impostas pela ASAE. O moço pode assar os frangos a fumar o cigarro e a moça pode vender as baguetes de cabelos esvoaçantes. (é importante dizer que a minha mãe gosta de couratos. Aqueles da tasca da rua da estação, em VFX – iguaria que a ASAE entendeu como pouco própria para consumo)!

O meu pai tornou-se ciclista. Tem andado a descobrir caminhos (leia-se oficinas e stands automovel) montado na minha bicicleta. Tenho-lhe arranjado uns biscates. Um amigo perdeu a chave do carro. A única chave que tinha do carro. É possível fazer outra chave. Com os documentos… que estão onde? Dentro do carro!… ontem à noite o meu pai, munido de lanterna, faca e arame (das escovas de limpar os vidros), dedicou-se ao “assalto ao carro”. Pensámos que a polícia iria aparecer em 5 minutos, mas nada! Deu para perceber que podemos desmontar um carro em pecinhas que as pessoas acham normal!

A praia. Os meus pais, habituados às ferias em Mantarota e Monte Gordo, vieram para a Côte d’ Azur todos embonecados. O Algarve é para finórios! Quando chegaram à praia perceberam que por aqui as pessoas são bastante diferentes. Ninguém repara em ninguém. A minha mãe vestiu bikini a partir do segundo dia e o meu pai percebeu que os tipos não são assim tão parvos quando calçam a sandalia com a peúga! Vá, ele não usa a peúga branca – usa da cor da sandália!

Entre passeios pela vizinhança – leia-se Monaco, Nice, Cannes,… sim porque as vizinhanças por aqui são cartões postal – o meu pai até já procura na internet o que há em cada uma das cidades, para visitar – e jantares na praia (onde arroz doce e pataniscas não faltam) com os meus amigos daqui – leia-se muitas nacionalidades diferentes, terão, por certo, muitas histórias para contar, no regresso!

E por aqui vou indo, desta feita com um plural: Vamos indo! Ate breve…

E depois de uma semana de loucos… estava mesmo a precisar deste passeio!

Tive uma semana de loucos. Mesmo! Desde a minha chefe (grávida, só assim a jeito de informação suplementar) a cantar (e dançar) heavy metal numa soiré do mini congresso científico (com karaoke em francês – deprimente, mesmo… é que foi tão triste que a única coisa que podia fazer era rir de mim própria, por estar ali!), a um jantar em minha casa com um casal de sicilianos a cozinhar pasta. Mesmo à séria, não estão bem a ver…Foi épico! Super, super divertido! Parecia que tinha entrado naqueles filmes, tipo viram-se gregos para casar… Trouxeram o manjericão em vaso, cozeram os tomates para depois os depelar, usaram quase 1L de azeite, onde esmagaram alhos e o tomate (sem sementes) com garfos, ao que juntaram queijo parmesão (ralado) e folhas de manjericão (cortadas à mão, não pode ser com a faca). Após 1h de preparação a massa ainda estava no pacote. Só depois de todo o ritual é que colocaram a massa a cozer – 9 minutos – et voilá, a pasta mais saborosa que já comi na vida! Mesmo!!! Ainda houve pasta carbonara, deliciosa também. O D., que segundo o chef siciliano é 1/3 ucraniano, 1/3 espanhol e 1/3 italiano, não se ficou atrás – com uma pasta carbonara nham nham. A melhor parte foi um whatsapp que recebi de um dos comensais. Enviou-me o dito quando estava a chegar – acontece que não li – dizia: regras para esta noite. É proibido falares sobre mulheres. Caso não saibas se o que vais dizer é bom ou mau, faz uma coisa… não digas. E obrigada por tudo, já agora! Pois… Estão a ver, não é! Eu não li o whatsapp. Passei a noite a meter-me com ele. Ups… asneira! Mas não. Afinal falámos em inglês, (quase) ninguém percebeu nada ahahahah Ufff :D! Foi um jantar multicultural, no qual falámos um misto de italiano, espanhol, português e inglês – numa conjugação que só o deus baco permite :D!

E de modo que depois de uma semana, cujo ritmo já não se permite na minha idade biológica – esta coisa de dormir 4 horas por noite, já faz mossa -, estava mesmo a precisar de um dia como o de hoje: um passeio aqui pelas vilas do canto azul!

Podem ver as fotografias aqui

Até breve…