Londres.
Eu e a Beatriz.
Nós.
Sem mapa. Sem planos. Sem roaming de dados.
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Comecei a fazer hiking numa altura em que não se chamava hiking. Os “jogos de pistas” ou “percursos de orientação” marcaram a minha adolescência. Memórias que guardo com saudade. Caminhadas longas, impressas nos pés sob a forma de bolhas. As noites ao relento no topo dos montes e montanhas. As fotografias com temporizador para captar o movimento aparente das estrelas. O amor platónico. A fotografia. A fotografia. A fotografia. As estórias. Os fogos de concelho na praia ou nas clareiras de florestas. Os acordes de viola. As caricaturas. Rirmo-nos de nós. Em gargalhadas sonoras.
A idade não me roubou a harmonia que sinto quando estou em espaços naturais. Um estado de energia superior. A ansia de descobrir novas paisagens. De as captar com a câmara. Ou de simplesmente me sentar a contemplar e ouvir o silêncio que ecoa nas escarpas. Por vezes. Não raras vezes. Não fotográfo. Porque o que vejo é de tal forma perfeito, que qualquer fotografia seria injusta ao horizonte.
Nos últimos anos tenho feito percursos inesquecíveis. Hoje partilho convosco. alguns dos trilhos que tive o privilégio de fazer.
Termino este post com um poema que gosto muito de Alberto Caeiro (Heterónimo de Fernando Pessoa):
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Eu sou do tamanho do que vejo.
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo…
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura…
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.
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Até breve!
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Pouco tempo depois de estar a viver em França, falaram-me das “Cinque Terre” – Património da Unesco e de visita obrigatória. Nunca tinha ouvido falar de tal “destino” e é bem verdade que preferi outras paragens a essa, ao longo dos quase três anos que estou a viver aqui. O que é perto parece (quase) sempre menos interessante!
Mas “mais vale tarde que nunca” e no fim-de-semana passado passei uns dias na Ligúria – a província de Itália que faz fronteira com França e que correponde à Riviera italiana. A estrada nacional SS1 parte de Menton – última cidade de França, entre Mónaco e Itália, e continua ao longo da costa passando nas diversas vilas costeiras da riviera italiana: Dolceacqua, SanRemo, Impéria, Savona,… até Génova.
Génova é uma cidade portuária. Não vou escrever sobre a sua história ou influência marítima. Nem mesmo sobre Cristovão Colombo. O que mais gosto em Génova são as ruas labirinticas, as igrejas lindissimas a cada esquina, as lojinhas, os cafés, as esplanadas, os restaurantes… os gelados artesanais e os capuccinos.
As Cinque Terre são cinco pequenas vilas “encaixadas” em vertentes acentuadas, unidas por trilhos e por uma linha de comboio. Optei por deixar o carro em Levanto e apanhar o comboio. No que toca a alojamento há quem prefira ficar fora das cinque terre – em Spezia (a sul) ou em levanto (a norte). Eu sou daquelas pessoas que gosta de ficar “sur place”. Estes locais costumam ter uma identidade muito própria antes e depois da enchente de turistas – o nascer e pôr do sol são imperdíveis – pelo menos para mim.
Monterosso, Vernazza, Corniglia, Manarola e Riomaggiore é um espaço de facto único. Para mim, um misto das paisagens e vilas aqui da Côte d´Azur com os cheiros da minha aldeia, nas margens do Castelo de Bode. As oliveiras serpenteiam as vinhas, num cenário colorido por flores tantas de primavera. As ruelas labirinticas continuam-se em trilhos que nos fazem descobrir a próxima aldeia. As vertentes escarpadas terminam-se num azul sereno que convida a um passeio de barco ou de kayak.
E foi tão bom :)!
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Com as etiquetas Cinque Terre, Fim-de-semana, Génova, Itália, Viagem
-Beatriz queres ir visitar o museu da moda quando formos a Paris?
-Sim mamã! Vamos fazer tudo o que pudermos, durante o tempo em que estivermos lá!
É mesmo minha filha :)! Paris aos 9 anos – vai ser o máximo! (Vá… Eu sei… um dia será na eurodisney… Mas os outros serão… de bicicleta nas margens do Sena, nos museus, nas livrarias… Estou ansiosa – talvez mais que a pequena…)