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E depois de uns dias em Lisboa…

Chego ao lab. Recebo boas notícias. E uma nova remessa de café! 

  

All good :D!

Boa semana para todos!

Março. março. março… há meses assim!

Tenho andado em versão autómato – ou zombie, talvez seja mais apropriado. Os meses de Março são-me genericamente difíceis. Mas este não está longe do Março de 2012.

Aos dias de 13 horas no lab têm-se sucedido as noites-mal-dormidas – sabem aquela sensação de quando estamos tão cansados que nem dormir conseguimos? Acumulam-se as saudades da Beatriz – que chega na próxima semana. E junta-se um crescendo de adrenalina – da boa. Na próxima semana apresentarei, num congresso, os resultados do meu trabalho. Para mim é uma honra estar no simpósio em que estou e estar alinhada com pessoas de quem admiro o trabalho. Farei por estar à altura.

Sinto aproximarem-se dias bons. Conversas boas. Amigos. Família.

E quem sabe a decisão do-que-queria-tanto.

Tenho lido algumas notícias do que se vai passando em Portugal. Com uma tónica acentuada em políticos que se esquecem de pagar os seus impostos. Li qualquer coisa sobre incentivos aos emigrantes para regressar ao país – começou a campanha eleitoral? Já que Portugal aplica coimas a tudo, deveria seguir o exemplo da Bélgica em matéria de voto. Os belgas têm taxas de abstenção inferiores a 10%. Isto porque se enraizou na sua cultura que mais do que um dever, votar é uma obrigação. Aqueles que não votarem pagam uma multa que pode chegar aos 60€ e a reincidência impede o acesso aos serviços sociais. Portugal teve 41,1% de abstenção na legislativas de 2011. Que legitimidade têm para falar de maus políticos (e más políticas)?

Até um dia destes.

Eu e outras coisas sem importância.

Se há pessoa que gosta do seu trabalho, essa pessoa sou eu! Gosto. Gosto. Gosto. Isso é irritante. Ou melhor. Isso pode ser irritante. Até para mim. E agora estou aqui. Com papeis e rascunhos e ideias. Com os olhos a arder – e aquela vontade de os fechar -. Escrevo. Leio. Apago. Escrevo. Leio. Ainda não está bem. Tem de ser claro. Apago. Escrever ciência é este exercício. Posso abreviar. Escrever é este exercício. Tem de ser fluido. Tem de ser simples. Escrevo. Está melhor. Posso continuar.

Os dias no laboratório têm sido exigentes. Sou daquelas pessoas que trabalha bem sob pressão. Mas começo a sentir que a pressão se está a tornar crónica. Há dias em que a tensão muscular é tal, que chego ao fim do dia sem quase me conseguir mexer. O pior é que ninguém me faz correr. Sou eu.

Mais do que património material, quero deixar à minha filha a imortalidade do nosso nome de família. Acontece em cada artigo que publico. Alimento a ideia de que um dia ela terá a curiosidade de ler. De saber as estórias dentro de cada uma das descobertas. E eu vou gostar de lhe contar. Não fosse eu, sobretudo, uma contadora de estórias. 

A minha mãe alimenta o sonho de me ver escrever um romance. Daqueles que se vendem nas livrarias. Talvez um dia surja a oportunidade de o escrever. Corrijo. Talvez um dia tenha a capacidade de o escrever. Gosto da ideia. De ser arquitecta com tijolos de nuvens impressos em muros de papel.

Um dia. Quem sabe!?